
O maior bem de uma empresa não são os seus ativos ou clientes. São seus colaboradores. Quando eles recebem reconhecimento e valor, retribuem de forma igual. Uma prova disso, é a história de hoje, na qual os funcionários da Delta Air Lines se juntaram para comprar o primeiro Boeing 767 da companhia, lá no início da década de 1980.
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O avião mais moderno do mundo
Depois de sete anos de discussões e projetos, a Boeing finalmente apresentou ao mundo o Boeing 767, lá em 1978. O 767 nasceu com a proposta de ser o avião mais moderno do mundo, aliando tecnologia de ponta com desenho inovador e uso de materiais compósitos. Graças e sua automação e computadores modernos, o avião dispensou o engenheiro de voo e ainda diminuiu a carga de trabalho dos pilotos. Suas asas remodeladas e fuselagem mais estreita diminuíram a resistência com o ar, aumentando o alcance e a eficiência do avião. Além disso, a cabine mais estreita do 767 ainda aumentou o conforto dos passageiros, já que, graças à configuração 2-3-2, 87% dos assentos do avião estavam ou próximos da janela, ou próximos do corredor.
Além disso, o Boeing 767 trazia novos motores, mais silenciosos, econômicos e confiáveis, que lhe conferiram a certificação ETOPS de 120 e depois de 180 minutos. Dessa forma, o avião poderia voar até 3 horas com apenas um motor funcionando, o que aumentou a capacidade de operar voos transatlânticos. Em resumo, o Boeing 767 era o avião dos sonhos de qualquer companhia internacional.

Project 767
O Boeing 767 fez seus primeiros voos de teste e certificação em 1981 e começou a voar comercialmente pela United, em 1982. Naquela época, as companhias aéreas ainda sofriam os efeitos de crises econômicas e de alta de combustíveis por causa de conflitos na década de 70. Por exemplo, a Delta Air Lines, registrou em 1982 o seu primeiro prejuízo em 35 anos de operação. Era simplesmente impossível a empresa se dar ao luxo de comprar o avião mais moderno do mundo na época.
A questão é que o Boeing 767 poderia reverter o jogo para a Delta. Na época, a companhia usava o Lockheed Tristar nos voos intercontinentais, um avião com consumo de combustível muito maior que o 767. Numa época de crise, com combustíveis altos e dinheiro saindo, o melhor seria adotar aviões mais econômicos. Mas, de onde a Delta tiraria dinheiro para comprar o Boeing 767?
Foi aí que três comissários de voo da companhia estavam debatendo e tiveram a seguinte ideia: e se a gente fizesse uma vaquinha para a Delta comprar o seu primeiro 767? A ideia parecia irreal, quase absurda, mas foi conquistando cada vez mais colaboradores. Não só os funcionários, mas seus amigos e familiares gostaram do projeto e juntos, arrecadaram 30 milhões de dólares para comprar o novíssimo Boeing 767. A corrente envolveu 7 mil funcionários da Delta. E, em 15 de dezembro de 1982, a companhia apresentou o Spirit of Delta, o primeiro 767 da companhia.

23 anos de serviço
O Spirit of Delta passou 23 anos na companhia. Ele voou na Delta Air Lines entre dezembro de 1982 e março de 2006, quando fez uma tour de despedida passando por 12 destinos da companhia. Nos anos de serviço, o Spirt of Delta recebeu diversas pinturas comemorativas, como a de 75 anos da companhia ou a das Olimpíadas de Atlanta, em 1996.
Depois de voar 70 mil horas e cumprir quase 35 mil ciclos, o Spirit of Delta se aposentou. Mas, engana-se quem acha que ele foi desmontado no deserto, como muitos aviões. Como parte da história da companhia e gratidão da empresa por seus funcionários, o Boeing 767 foi levado ao Museu da Delta em Atlanta, onde ele foi restaurado e aberto a visitação.

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