
Em janeiro de 2021, a Justiça dos Estados Unidos extinguiu o processo contra a Boeing por conta dos acidentes com o 737 MAX. Entretanto, a companhia aceitou pagar 2,5 bilhões de dólares em indenizações e multas. Ainda assim, famílias das vítimas ficaram insatisfeitas com o fim das ações e agora receberam um reforço de peso em seus protestos. O senador republicano Ted Cruz quer que o judiciário reabra os processos.
Em outubro de 2018 e março de 2019, dois Boeing 737 MAX caíram na Indonésia e Etiópia, respectivamente. Depois dos acidentes, uma investigação de quase dois anos apontou que a Boeing ocultou das autoridades aeronáuticas dados importantes para a certificação do MAX. Uma das questões mais importantes foi a existência do MCAS, sistema que abaixa o nariz do avião de forma automática quando ele está prestes a entrar em estol. Inclusive, na época do primeiro acidente, nem os pilotos sabiam da existência desse sistema (você pode entender melhor como ele funciona no vídeo abaixo). Portanto, a Justiça acusou a Boeing de fraude e conspiração, abrindo um processo criminal.

No entanto, a justiça extinguiu o processo e a Boeing assumiu a culpa nos acidentes. Apesar de parte da multa de 2,5 bilhões de dólares ir para as famílias das vítimas, muitos parentes discordaram da conclusão. Eles procuraram um juiz do Texas alegando que o fim do processo violou seus direitos como vítimas de crimes sob a lei federal. Então, com a ajuda de Ted Cruz, estão pedindo a reabertura do processo.
Postura absurda
Nos Estados Unidos, a Lei dos Direitos das Vítimas de Crimes garante que vítimas de crimes federais não sejam excluídas de processos. Para Ted Cruz e as famílias, elas foram excluídas do processo no momento em que o judiciário decidiu assinar o acordo com a Boeing. O próprio Departamento de Justiça reconheceu que não conversou com as famílias antes de assinar o acordo com a Boeing e pediu desculpas.
Ted Cruz faz duras críticas ao Judiciário e à Boeing na carta aberta que escreveu ao juiz. De acordo com o senador, a postura do Departamento de Justiça foi absurda. Ele ainda alega que, se não fosse pela omissão da Boeing, os acidentes seriam evitados e centenas de vidas seriam poupadas. Dessa forma, ele se alia às famílias para pedir a reabertura do processo.
Dos 2,5 bilhões de dólares que a Boeing precisou pagar, 500 milhões foram para as famílias das 346 vítimas. No fim das contas, os acidentes custaram à Boeing 20 bilhões de dólares. Além disso, os 737 MAX ficaram impedidos de voar durante 20 meses, até que as correções no MCAS fossem terminadas.
Vale destacar que o Boeing 737 MAX é um dos aviões mais seguros do mundo e, desde que voltou a voar, não houve mais acidentes. Como o Lito sempre destaca, nenhuma vida é perdida em vão na aviação. A Boeing corrigiu os erros e é seguro voar no MAX!
A Boeing e o Departamento de Justiça do Estados Unidos não quiseram comentar o assunto.

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