A Marinha do Brasil afundou na última sexta-feira (3) o porta-aviões NAe A-12 São Paulo, depois de meses navegando no mar e com complicações ambientais. Ele foi posicionado no Oceano Atlântico, com profundidade aproximadamente de 5 mil metros e a 350 km da costa.
O porta-aviões São Paulo era o mais antigo do planeta em operação, tendo seu início de atuação em 1960 e serviu a Marinha Nacional da França, identificado como PA Foch. Neste período sob domínio francês, atuou em combates na África e Oriente Médio, além de ter 32,8 toneladas e 265 metros de comprimento. Após 37 anos desta atribuição, foi vendido por 10 milhões ao Brasil.
A embarcação não teve uma carreira longa enquanto pertenceu à Marinha do Brasil, sendo marcada por acidentes e problemas mecânicos, passando a maior parte do tempo atracado. Somente em 2017 o comando naval decidiu desativar o porta-aviões por completo devido a abdicação de atualizá-lo.
Em nota, a Marinha diz que a operação de alijamento foi efetuada por meio de afundamento planejado e controlado. “O procedimento foi conduzido com as necessárias competência técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado Brasileiro.”
De acordo com a força naval, o local escolhido para ele ser afundado foi baseado em cinco aspectos:
- Localização dentro da área da Zona Econômica Exclusiva do Brasil;
- Localização fora de Áreas de Proteção Ambiental;
- Área livre de interferências com cabos submarinos documentados;
- Área sem interferência de projetos de obras sobre águas;
- Área com profundidades maiores que 3 mil metros.
Contudo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), informou que o afundamento do navio pode ocasionar danos ambientais, exemplo:
- Emissão de gases (CFCs e HCFCs) usados no isolamento de salas contribuem, a partir da corrosão das paredes, para a degradação da camada de ozônio;
- O impacto físico sobre o fundo do oceano pode provocar a morte de espécies e a deterioração de ecossistemas;
- A liberação de materiais poluentes contidos na estrutura pode causar distúrbio na capacidade filtrante e dificuldade de crescimento em organismos aquáticos;
- Microplásticos e metais pesados presentes em tintas da embarcação podem se tornar protagonistas de bioacumulação indesejável em organismos aquáticos;
- A carcaça pode atrair espécies invasoras prejudiciais para a biodiversidade nativa.
O Instituto ainda queria mapear a área que o navio seria afundado, além de pedir informações à Marinha para estudar alternativas de redução de danos ao meio ambiente.
Para mais detalhes, confira na íntegra a nota oficial.
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