Minha linhagem é militar e, inclusive, servi meu país durante anos, antes de me estabelecer na aviação civil e, principalmente, executiva. Meu currículo é impecável, com participação em teste de desenvolvimentos de inúmeras inovações aeroespaciais e com o transporte de chefes de estado.
Poderiam trocar minhas asas pelas de um dos melhores caças da época do meu lançamento que ninguém perceberia diferença. Aliás, Mach 0.7 está bom pra você? É melhor do que muitos que ainda não pediram baixa da cavalaria. Meu nome tem a ver com essas características. Coisa de família.
Meu perfil atlético foi pensado para transporte rápido de gente e, ao mesmo tempo, treinamento. Ainda tenho exemplares voando em todas as Américas e, de vez em quando, volto a pousar em terra brasileiras, mesmo quase septuagenário.
Voei com motores de diferentes origens (GE, Garret, PW) e com distintos formatos de asas, demonstrando a versatilidade da minha célula. Meus contemporâneos não conseguiram tamanha longevidade. Fui produzido por 23 anos!
Minhas janelas eram bem peculiares por terem sido inspiradas na arquitetura árabe. Sob minhas sobrancelhas se contemplava quase 180° do firmamento. Afinal, voos em formação foram rotina.
Poderia levar até 10 pax, fora tripulação técnica, numa configuração não muito confortável, mas 7 era o meu número. Alcançava fácil mais de 3000km com minha autonomia de combustível.
Éramos dois no Brasil. Voamos juntos por duas empresas. Na verdade, uma executiva que virou outra, regional. Mas me usavam somente pra fretamentos. Que desperdício! Se eu fosse um pouco maior, o Bandeirinha havia voltado a ser projeto. Humpf!
Você me acha presunçoso? Com quem pensa que está falando?
Autor: Rids