
Sabe aquele óleo de cozinha velho, que já está até escuro? Você sabia que ele pode virar combustível de avião? E não é só para avião pequeno. Desde o dia 25 de março, a Airbus realiza voos seus A380 movidos a combustíveis feitos a partir de óleo de cozinha.
Antes do A380, a Airbus já havia testado o combustível sustentável de aviação (SAF) em seus A319neo e A350. Desenvolvido pela Total Energies, o SAF usa óleo de cozinha e outras gorduras em sua composição. E não há uma gota sequer de combustível fóssil ali.
O problema dos combustíveis fósseis é que liberam na atmosfera o carbono que estava preso no solo. Já biocombustíveis, feitos a partir de plantas, acabam devolvendo à atmosfera o carbono que as plantas absorveram em seu crescimento. De acordo com a Airbus, esse tipo de combustível vai diminuir em até 71% as emissões de poluentes por aviões.
Os A380 voaram com biocombustíveis nos dias 25 e 29 de março. De acordo com a Airbus, os testes vão consumir cerca de 27 toneladas de SAF. Além da fabricante francesa, a Rolls-Royce, fabricante do motor usado pelos A380, participou dos testes, para checar como os Trent-900 vão se comportar com o novo combustível. De acordo com a Airbus, toda a sua linha é certificada para operar com pelo menos 50% dos tanques abastecidos com biocombustíveis. A expectativa da fabricante é que as aeronaves consigam a certificação para voar com 100% de SAF até o fim da década de 2020.