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Atirou no próprio tanque de combustível enquanto voava

Lt. Col. A.J. D’Amario, USAF. Ret., FL
Lt. Col. A.J. D’Amario, USAF. Ret., FL
Esta é mais uma daquelas histórias verídicas de Guerra que nos fazem pensar em como o “jogo de cintura” pode salvar uma aeronave.

Era o primeiro voo solo depois do check de área na zona K-13, em Swan, Coréia do Norte, em Junho de 1952. O tenente coronel D’Amario decolou em um F-80 Shooting Star, mas não era uma missão de combate. Tudo que ele tinha que fazer era subir e se divertir fazendo furos nas nuvens por uma hora e meia em um voo de teste de manutenção, para se certificar que tudo estava certo após intervenções dos mecânicos.

Logo após decolar, D’Amario começou a sentir que sua asa esquerda estava ficando pesada e chegou a conclusão que provavelmente o tanque de combustível da ponta da asa esquerda não estava alimentando o motor corretamente, ou talvez nem estivesse enviando combustível. Com o receio de que o tanque pudesse se romper ou soltar da asa durante o pouso devido ao peso, podendo derreter o asfalto com o incêndio que ia causar, a torre não permitiu que o piloto retornasse para o pouso com o tanque de ponta de asa cheio, então deu instruções para que o tenente prosseguisse para uma área de treinamento de tiro e desconectasse o tanque da asa como se fosse uma bomba.

F-80 Shooting Star
F-80 Shooting Star

Ao chegar à zona de lançamento, D’Amario informou que havia aberto a guarda dos switches e estava pronto para liberar o tanque da asa. Ao sobrevoar a área de impacto, o tenente descreve:

Acionei o switch para liberar os tanques de ponta de asa, mas nada aconteceu. Eu refiz todo o checklist e dei um reset nos switches e tentei uma segunda vez, mas o sistema não respondeu novamente. Fiz mais uma passagem pela zona de impacto e desta vez usei a alavanca manual de liberação, mas os tanques também não se soltaram. Só restou uma alterantiva, acionar o que chamávamos de “Panic Button”, porque ele libera tudo que estiver preso sob as asas, armamento inclusive. Quando apertei o botão, ele funcionou como projetado, liberando tudo, inclusive o tanque da asa direita, mas o da asa esquerda continuava lá e agora eu já estava com um problema bem mais sério.

A torre me informou que uma vez que o tanque não havia sido liberado, eu deveria indicar minha posição, ejetar e esperar o resgate. Bem, pilotos realmente odeiam abandonar um avião perfeitamente voável, e eu pensei que ainda podia tentar uma última opção…bem, na minha cabeça valia a pena tentar.

O canopy (carlinga) de um F-80 pode ser aberto em voo com velocidade de até 220 nós (407 Km/h). Então eu abri o suficiente apenas para ter uma visão sem obstrução do tanque esquerdo, então peguei minha pistola Colt M1911. Sabendo que combustível líquido não explode como combustível vaporizado e que não entraria em combustão se o tanque fosse furado, eu abaixei o nariz do F-80 um pouco e mirei na parte dianteira do tanque, que eu tinha certeza que estaria cheio de combustível.

Quando dei o primeiro tiro, a bala desapareceu não sei para onde, mas eu errei o tanque, e então me liguei que a física de alta velocidade estava trabalhando contra mim, ou então era apenas meu sistema nervoso. Tentei me acalmar um pouco e cuidadosamente mirei na parte de baixo do tanque, e meus próximos três tiros foram no alvo, atravessando o tanque e soltando uma esteira de combustível vaporizado pelos furos.

Pelos próximos 30 minutos, D’Amario voou com a asa esquerda baixa em uma série de órbitas descendentes para drenar o combustível do tanque de ponta ao mesmo tempo em que lentamente se direcionava para a base. Quando se aproximou do campo, o tanque já estava seco e o pouso foi normal.

“Pelo que eu saiba, sou o único piloto da Força Aérea que atirou no próprio avião para corrigir um problema! “, diz D’Amario sorrindo.

Ainda bem que eu estava carregando minha .45 naquele dia

Fonte: American Rifleman

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