Pois bem, esse comandante (cuja nome eu perguntei à comissária e ela não soube me falar) fez uma das “saídas” mais lindas que já fiz a bordo de um avião grande (era um 767-300).
O dia no Rio estava esplêndido, um dia claro, com sol e poucas nuvens, e logo após a decolagem da pista 15 (sentido Maricá), senti os motores reduzindo a potência e o nariz abaixando (coisa não muito usual após a decolagem). Eu estava no assento 19L (janela do lado direito, sobre a asa) e ouvi o PA anunciando: Senhoras e senhores, é o capitão. Gostaria de informar que hoje é um belo dia para voar e faremos uma saída visual para apreciar o maravilhoso cenário do Rio de Janeiro, estamos nesse momento sobre o Aeroporto Santos Dumont” .
Eu calculei que estávamos a uns 3.000 pés de altitude(cerca de 1000 metros) e em baixa velocidade (como os flaps estavam recolhidos, talvez uns 190 nós (cerca de 350km/h) e sobrevoamos a cabeceira 20 das pistas do Santos Dumont, uma leve curva a direita e passamos no través do Pão de Açúcar, depois Copa, Ipanema, São Conrado e seguindo toda costa até a barra (onde eu pude ver uns prédios bem conhecidos 😉 e passando pelo Recreio, os motores aceleraram e subimos para nível de cruzeiro.
Durante todo o tempo, o Cristo ficou de olho na gente.
Parece uma coisa pouca ou uma bobagem, mas são momentos assim, de beleza e harmonia entre uma máquina que voa docilmente e a natureza maravilhosa que faz a vida ser tão boa.
Eu aprecio cada momento que me é servido assim de bandeja, porque a somatória de cada um desses momentos serão as lembranças do filme que verei quando chegar a hora 🙂
Ouvindo: Beatles – When I’m Sixty Four
p.s. A foto acima foi tirada pelo amigo Rick em Chicago, testando uma câmera que ele tinha acabado de comprar 🙂
